sexta-feira, 27 de maio de 2011
28 de Maio - Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher
Embora o aborto no Brasil seja ilegal (exceto em algumas poucas situações permitidas por lei), ao menos 1 em cada 7 mulheres em idade reprodutiva já fez um aborto. E fez como? Possivelmente em clínicas clandestinas ou com métodos "populares" colocando em risco sua saúde e sua vida. Isso precisa ter um basta.
Na última década assistimos a um fenômeno chamado de feminização da AIDS, através do avanço expressivo no contágio por HIV pelas mulheres. Parte desse contágio está intimamente relacionado com as desigualdades e assimetrias nas relações de gênero que dificultam e até impedem que mulheres consigam exigir que seus parceiros usem o preservativo nas relações sexuais.
Apesar da divulgada universalização do sistema de saúde brasileiro (público) sabemos que a qualidade do atendimento, assim como o acesso aos equipamentos de saúde, não estão a contento - especialmente nas comunidades mais empobrecidas e presentes em regiões distantes de eixos mais urbanizados. Nesse cenário, como garantir o acesso das diversas mulheres aos exames preventivos, aos recursos para tratamentos de saúde etc?
Por fim, gostaria de comentar as desigualdades existentes na distribuição do tempo de trabalho e de descanso entre homens e mulheres, sobretudo quando a mulher também trabalha fora de casa. O trabalho reprodutivo, aquele que garante as refeições da família, a limpeza da casa, as roupas limpas, a saúde dos seus integrantes, ainda é realizado em geral pelas mulheres, compondo uma jornada dupla de trabalho e limitando seu tempo de lazer, de descanso e até mesmo de cuidado de si e da sua saúde. Esta dupla jornada amplia o estresse vulnerabilizando e prejudicando a saúde física e mental das mulheres.
Então, nesse dia de luta lembremo-nos de lutar pela saúde das mulheres,através do questionamento das desigualdades de gênero, contribuido com a transformação e eliminação dessa desigualdade. Lembremo-nos também de fiscalizar e questionar os governos sobre o uso dos recursos destinados à saúde pública. Com tanto imposto que pagamos, por que não podemos contar com atendimento público de qualidade na saúde e todo e qualquer canto do nosso país?
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